Terapêutica Sub-cutânea: uma Abordagem em Cuidados Paliativos

Bruno Costa, Helena Carvalho, João Martins
Mundo Farmacêutico, Nº 58: 39-42, Maio-Junho 2012


Resumo
Na segunda metade do século XX, a luta contra a mortalidade e o tratamento de suporte aos doentes em fim de vida ganhou enorme relevância clínica. Desde então, os cuidados paliativos têm sido alvo de especial atenção.
Estes doentes são normalmente afectados por várias co-morbilidades e o seu quadro clínico inspira cuidados e vigilância redobrados. Devem salientar-se a dor, náuseas, défice cognitivo, obstrução intestinal e cansaço generalizado, que podem constituir motivo de polimedicação e dificultar a adesão à terapêutica.
A utilização da via subcutânea foi relatada, em 1970, como uma alternativa viável, segura e credível. Apesar de a via oral ser geralmente a preferida, por todas as vantagens que apresenta, em alguns casos não é possível o recurso a esta, pelo que a via subcutânea é uma das alternativas mais frequentemente consideradas. Apesar de poder implicar um aumento dos riscos de complicações, comparativamente com a via oral, a subcutânea apresenta inúmeras vantagens, tais como: uma taxa de absorção semelhante à da via intramuscular, com menos percepção dolorosa local; biodisponibilidade similar à da via endovenosa, com menos complicações e custos associados; menor necessidade de controlo por possível infecção ou extravasamento. Através desta via poderá efectuar-se a administração, em bólus ou infusão contínua, de fármacos e fluidos de grande volume.
Apesar de ainda pouco explorada e de limitada aplicação pelos clínicos, a via subcutânea apresenta-se como uma hipótese segura e eficaz para a administração de fármacos, tornando-se uma clara opção em doentes paliativos, respeitando a sua condição fisiopatológica.
Palavras chave:
Biodisponibilidade, Controlo da Dor, Cuidados Paliativos, Via Subscutânea
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A terapêutica subcutânea (SC) é prática corrente na prestação de Cuidados Paliativos [1 - 3]. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os Cuidados Paliativos (CP) são uma abordagem na melhoria da qualidade de vida dos doentes e das suas famílias, que enfrentam os problemas associados ao risco de vida, através da prevenção e do alívio do sofrimento, baseando-se na identificação e tratamento precoce dos sintomas físicos, psicossociais e espirituais.
Compreende-se que a qualidade de vida seja um factor preponderante nas abordagens terapêuticas actuais. A questão do controlo sintomático da dor contribui para o bem-estar dos doentes, revelando-se de fulcral importância, na medida em que estes a colocam como uma prioridade central no seu bem-estar do final de vida [3].
Atendendo às características dos doentes internados nos serviços de CP surgem um conjunto de sintomas e situações, que obrigam à constante intervenção médica, originando frequentemente situações de polimedicação [4, 5]. Destas, podem destacar-se: (i) mau estado nutritivo (anorexia, emagrecimento); (ii) idade avançada (2/3 dos doentes ≥ 65 anos); (iii) comprometimento da função renal; (iv) défice cognitivo; (v) terapêutica opióide de longo prazo; (vi) baixos níveis de albumina; (vii) ansiedade/depressão; (vii) obstipação; (ix) dor; (x) astenia; (xi) náusea e vómito; e (xii) xerostomia [3 - 6]. Para o combate a estes sintomas optam-se por várias abordagens e consideraram-se diferentes vias terapêuticas.
Independentemente do quadro patológico em questão, a primeira via de administração a equacionar será sempre a oral, pelas várias vantagens que apresenta relativamente às outras opções [3]. Sem surpresa, num contexto de cuidados a doentes crónicos e paliativos (seja em internamento ou no domicílio), a via de administração oral é, geralmente, a preferida. Dos vários motivos para esta escolha, podem destacar-se: facilidade de administração, boa tolerabilidade e mínimo desconforto, melhor adesão ao tratamento, menor custo e permitir autonomia ao paciente e à família [3].
Por outro lado, existem também várias razões que podem motivar a opção por vias de administração alternativas: o facto de o doente, por debilidade ou obstrução local, estar impedido de deglutir; a ocorrência de náuseas e vómitos graves; a ocorrência de situações que conduzam a marcada redução da absorção gastrointestinal ou a necessidade de, em crises sintomáticas, utilizar um fármaco para rápido início de acção. Surgem, então, vias alternativas de administração de fármacos [3, 5].
As vias endovenosa (EV) e intramuscular (IM) são, talvez, as mais utilizadas neste tipo de cuidados. No entanto, é reconhecida a existência de maior invasibilidade e desconforto associados às vias EV e IM [3, 7, 8], quando usadas em doentes crónicos e terminais, frequentemente com caquexia associada e acessos venosos comprometidos. Para além disso, estas podem implicar um aumento dos custos do tratamento — associação a complicações locais (infecção e hemorragia) e sistémicas (sépsis) — e consequente aumento do tempo de internamento [3].
A via rectal, apresenta-se como uma alternativa à via oral, mas, para muitos adultos, será uma via menos confortável, para além de muitos princípios activos fundamentais para o controlo sintomático não estarem disponíveis nessa formulação [9].
Poderá, eventualmente, considerar-se a via transdérmica. No entanto, os sistemas até agora disponíveis para administração transdérmica não permitem um início de acção rápido, requerido para situações de agudização. Deve, ainda, referir-se a limitada disponibilidade de produtos para administração transdérmica no mercado [3].
Nalguns dos casos mais complexos, referidos anteriormente, uma opção credível e eficaz será a via SC, na qual se beneficia das propriedades de absorção de alguns fármacos no tecido SC, para administração directa por essa via [5, 10].

A história da terapêutica SC remonta à década de 70 do século passado, quando, em Inglaterra, foram introduzidas as infusões de analgesia por esta via [11]. Mais tarde, na década de 80, também nos Estados Unidos da América se recorreu ao mesmo modo de administração.
A via SC mostrou ser tão efectiva como a terapêutica EV e com melhor relação custo-benefício, sendo ainda mais segura (menor risco de infecção) [5, 8, 12]. Assim, esta demonstrou ser uma opção de relevo para este tipo de cuidados, especialmente em regime de ambulatório. Não estão descritas limitações relativas à utilização em pediatria, sendo, esta, referida como via vantajosa em muitas situações [13].
Nos cuidados aos doentes crónicos e em fim de vida existe uma clara necessidade de recurso à via SC, seja para administração de fármacos (em bólus ou infusão contínua), seja para administração de fluidos (hipodermoclise) [3]. Habitualmente, a principal indicação para o recurso à administração de fármacos por via subcutânea incide sobre o período de agonia, com incapacidade de deglutição, controlo da dor, vómitos e sedação [4 - 6].
A via SC é passível de ser usada com formulações medicamentosas de baixa viscosidade, que não sejam irritantes ou citotóxicos, e que sejam bem absorvidos a partir do tecido conjuntivo, garantindo, assim, a eficaz administração dos mesmos. Relativamente aos fármacos citotóxicos, alguns são administrados por esta via, como por exemplo o bortezomib e a citarabina. No entanto a terapia citotóxica não se enquadra no arsenal terapêutico de doentes em final de vida e será equacionada em situações patológicas mais complexas, em que os conceitos de segurança estão ligeiramente alterados. No caso de o medicamento não cumprir estes requisitos, e se erradamente for administrado por via SC, poderá vir a causar necrose e dor local associada.

O tecido SC localiza-se abaixo da derme e consiste numa complexa rede de capilares, nervos e células adiposas. A quantidade deste tecido varia de pessoa para pessoa e normalmente diminui com a progressão da doença. Ou seja, reduzem-se as barreiras fisiológicas para a absorção por esta via. Desta forma, a medicação administrada por via SC facilmente atingirá a corrente sanguínea por absorção capilar. Em contraste, a medicação oral tem primeiramente de ser metabolizada a nível hepático, antes de atingir a circulação sistémica.
A hipoderme é a camada mais profunda e tem como principal função o depósito nutritivo de reserva, que funciona como isolante térmico e protecção mecânica. Por ser dotado de capilares sanguíneos, o tecido subcutâneo torna-se uma via favorável à administração de fluidos e/ou medicamentos, uma vez que estes serão absorvidos e transportados pelos capilares à macrocirculação.
Os fluidos são absorvidos por difusão capilar, logo a absorção fica reduzida quando há comprometimento da irrigação no local de infusão como, por exemplo, em presença de edemas e hematomas [3].

Fármacos administrados por via SC têm comportamento farmacocinético semelhante aos que são administrados por via IM, atingindo, entretanto, uma concentração sérica ligeiramente inferior, mas com tempo de acção mais prolongado.
Estudos confirmam a capacidade de pro-fármacos serem metabolizadas e dos seus metabolitos activos exercerem o efeito terapêutico esperado, como por exemplo, a morfina [10]. Antibióticos administrados por essa via também alcançam concentrações terapêuticas ideais na corrente sanguínea [6, 14, 15]. No entanto, verifica-se uma grande lacuna ao nível dos estudos de compatibilidade e biodisponibilidade de fármacos para administração de infusões SC [11].
De uma forma geral, são melhor tolerados os medicamentos cujo pH fica próximo da neutralidade e que sejam hidrossolúveis.
A utilização da via SC representa, assim, em doentes com necessidade de cuidados de suporte ou paliativos, a possibilidade de recorrer a uma via similar à parentérica, usufruindo dos benefícios inerentes, sem ter as desvantagens das administrações intramusculares e intravenosas (hemorragia, embolia ou sépsis) [3].

Podem referir-se várias vantagens da via SC, entre elas: (i) índice de absorção semelhante ao da via IM, mas com menos desconforto local associado [16]; (ii) biodisponibilidade sobreponível à da via EV mas com menos complicações e custos associados; (iii) menor necessidade de vigilância por possível infecção ou extravasamento. Deste modo, será possível obter uma melhoria clínica e terapêutica com possibilidade de alta hospitalar precoce e mínimo risco de desconforto e/ou complicação local ou sistémica, a custo reduzido [4, 7, 16].
Estão descritas poucas limitações ao uso da via SC, entre elas, destacam-se a existência de edema generalizado ou doentes com hemorragia aguda profusa, dado que podem originar vasodilatação ou vasoconstrição periférica e inviabilizar a absorção dos fármacos [3]. A irritação local poderá ser combatida com a rotatividade de locais de punção.

A punção SC poderá ser efectuada com segurança para o doente nos seguintes locais: região do deltóide; região anterior do tórax; região escapular; região abdominal; e face lateral da coxa. Para a punção poderão ser utilizados diferentes dispositivos, designados de micrperfusores, destes destacam-se o butterfly e o abocath pediátrico [17 - 19].
A técnica de punção executa-se, numa primeira fase, pela colocação de agulha epicraneana, preferencialmente de baixo calibre (23G), introduzida a 45º numa prega cutânea, em locais possíveis de absorção SC. As informações disponíveis parecem apontar para o facto de as agulhas de teflon poderem oferecer vantagens sobre as de metal, uma vez que podem permanecer mais tempo no organismo sem necessidade de substituição. Estas estão, ainda, associadas a maior tolerabilidade local. No entanto, deve atender-se às possíveis diferenças no custo de cada uma delas — pois as de teflon são habitualmente um pouco mais caras — e ponderar as vantagens globais para o doente [17 - 19].
 
 
Por fim, a região da punção deverá ser coberta, pelo que a utilização do opsite tem demonstrado inúmeras vantagens, uma vez que permite a observação do local da picada, possibilitando a avaliação de eventuais complicações e necessidade de substituição [3].
No entanto, a utilização da via SC, apesar de apresentar inúmeras vantagens, deve estar sujeita a alguns cuidados. O espaço subcutâneo permite a administração de volumes que podem atingir 1000 – 1500 mL em 24h, sendo as regiões torácica e abdominal aquelas com maior capacidade de absorção de fluidos [4]. Daí serem estas as zonas preferenciais para a prática de hipodermoclise e administração prolongada de fármacos, existindo outros locais mais indicados para a administração intermitente. Os tecidos junto de cicatrizes operatórias e/ou já irradiados estão contra-indicados – as incisões cirúrgicas destroem a circulação linfática e a radioterapia também, comprometendo largamente a capacidade de absorção dos fármacos ou fluidos administrados. Desejavelmente e sempre que possível, deverá ser o doente a escolher o local em que pretende ser picado. A colocação da agulha não deve interferir com a mobilidade do doente, ficando o menos acessível à sua acção [3].
Habitualmente o local da punção é alterado a cada 3/5 dias, embora haja estudos que revelam possibilidade de uso do mesmo butterfly até 7 dias, com a vantagem da diminuição do número de picadas.
Inicialmente, existiam relatos de que haveria vantagens na administração conjunta de hialuronidase – uma enzima que provoca a lise temporária da barreira intersticial do tecido conjuntivo – sempre que se procedia a administração subcutânea de fluidos ou fármacos. No entanto, tem vindo a verificar-se que tal substância é dispensável [20, 21].
A administração pela via SC poderá ser efectuada em “bólus” rápido ou através de sistemas de administração contínua [16]. Para tal, poderemos recorrer a: (i) máquinas perfusoras; (ii) syringe driver; e (iii) dispositivos portáteis [2].
As infusões contínuas são normalmente preferidas porque, para além de manterem os níveis séricos constantes, previnem o efeito bólus, que se caracteriza pelo aparecimento de náusea, sedação, necessidade de aumentar a dose de analgesia, entre outros [3, 12].
A velocidade de administração do fármaco é determinada pela vascularização do tecido local e pela solubilidade da formulação administrada no tecido intersticial [3]. Factores como o estado do tecido celular subcutâneo, o nível de obesidade do doente, a sua função cardiovascular e, ainda, a perícia do próprio profissional que procede à administração do fármaco, condicionam a absorção do mesmo [3, 22].
A velocidade de absorção de um medicamento quando administrado por via subcutânea é suficientemente lenta e constante, semelhante à que se regista com a via IM, o que permite um efeito sustentado da terapêutica utilizada [23].

Com estes dados, é possível suportar as enormes mais-valias da utilização desta técnica de administração de fármacos, em especial nos doentes em tratamento paliativo.

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